VOLTE
A DOMINAR COMO CIDADÃO DO REINO E MEMBRO DA FAMÍLIA REAL
Desde
o princípio da criação do homem, o plano de Deus sempre foi que o ele tivesse
domínio. Isso fica evidente logo no primeiro capítulo do livro de Gênesis, no
verso 26. Ali, a palavra traduzida por “domínio”, é a palavra hebraica “hadah”
ou “hadu”. Estes termos se referem a governar, controlar, reger, gerenciar,
exercer poder real, reinar. Se compararmos o versículo acima, usando estas
definições; com o texto de Salmos 115 no verso 16, compreenderemos o desejo de
Deus na criação desta espécie tão peculiar. Deus criou o homem à sua imagem e
semelhança, para que ele tivesse o domínio do território terreno, como o Senhor
dominava no céu. Ou seja, Deus colocou todas as coisas que havia criado nos
versículos anteriores sob a autoridade do homem. Não foi uma autoridade
usurpada ou forçada, mas o Senhor a concedeu legalmente ao homem por sua
Palavra. No país de Deus, que é o Céu, Ele é o rei. Nos reinos, as leis não são
feitas pelo povo, mas o que o rei fala, se torna a lei. Quando Ele diz que
homem deveria ter domínio, isso se tornou uma lei no Reino dos Céus.
Alguém
pode afirmar: é lei nos Céu, mas não aqui! A Bíblia Sagrada, a qual é a
Constituição do Reino dos Céus, nos ensina que Deus é o Criador do Planeta
Terra. Isso indica que Ele é o dono do planeta por direito de criação (Gn 1:1).
Na verdade, a Terra é uma extensão do seu Reino (Sl 24:1), como um território a
ser colonizado. Por isso Ele não deu a terra ao homem, mas sim o direito legal
de governá-la sob a autoridade Dele. Nessas condições, fica claro que para este
governo humano funcionar, seria necessária total dependência do homem a Deus
(Gn 2:16 e 17).
Antes
de prosseguir, é importante observar que quando nos referimos a Deus como Rei,
e ao Céu como Reino, não podemos confundi-los com as falhas e deformações que
encontramos em nossos reinos e impérios terrenos, os quais foram deformados
completamente pela influência da carne, do mundo e das trevas (Gn 6:5). Deus é
bom (Sl 145:9), santo (Is 6:3), perfeito (Mt 5:48), justo (Dt 32:4), amoroso
(IJo 4:8), compassivo (Sl 86:15), misericordioso (Hb 4:16), verdadeiro (Tt 1:2),
etc.; e todas essas características se revelam em seu Reino de amor e paz.
Dito
isso, vamos procurar entender essa questão de colonização. Provavelmente, entre
os grandes impérios da história, o romano tenha sido o primeiro a expandir seus
domínios por meio de um sistema mais parecido com o que chamamos de
colonização. Os estudiosos chamaram este processo de romanização. Daí em
diante, todas as vezes que os grandes reinos queriam expandir sua influência e
aumentar seus territórios, lançavam-se a expedições terrenas e marítimas com
esse objetivo. A idéia era transformar um território primitivo e desorganizado
em uma extensão do reino. Levavam sua língua, sua cultura, seus valores, seus
costumes, etc.; pois agora, a colônia deveria ser como o reino. O problema é
que por causa das deformações citadas acima, o que faziam era explorar e
subjugar as populações e as riquezas dos territórios conquistados. É por isso que quando falamos do projeto
original de Deus em fazer da Terra uma colônia do Reino dos Céus, não temos uma
perspectiva positiva. Mas temos que nos lembrar que Deus não é como os homens
pecadores, e sua colonização é perfeita.
Pense
no Reino de amor e paz, cheio de luz, de vida, de graça, de delicadeza, de
beleza, de valores puros e santos. Pense num lugar perfeito, onde todos os seus
cidadãos são honrados e supridos, num clima de respeito e cuidado. Um reino sem
dor, sofrimento, angústia ou miséria; onde não há ricos ou pobres, pois uma das
maiores honras do Rei é compartilhar de suas riquezas com todos os seus
cidadãos. Pois é; tudo isso e muito mais é o que se encontra no Reino dos Céus.
Era este então, o plano original de Deus; encher a Terra com estas riquezas
celestiais por meio da colonização feita pelo homem. Fomos criados para sermos
os agentes do Reino de Deus aqui na Terra. Em meio à adoração que acontecia na
viração de cada dia, o homem se submetia ao seu Criador, o qual certamente o
enchia de toda esta abundância do Reino; capacitando-o a compartilhar de toda
essa vida aqui na Terra. É perceptível aqui que a fonte de tudo que é mais
excelente e que se revelaria na Terra é o próprio Deus. Ele criou o homem para
despejar tudo isso na Terra e se satisfazer completamente com esse trabalho (Fp
4:8).
Infelizmente,
a falta de conhecimento humano o fez desejar algo que ele já tinha. Uma
proposta cheia de engano chegou ao homem. O inimigo de tudo que tem a ver com a
vontade de Deus, propôs à mulher que convenceu o homem, que eles poderiam se
tornar como Deus. A humanidade se torna desobediente e submissa às trevas
atendendo à uma proposta pra se tornarem algo que já eram; como Deus; pois
foram criados a sua imagem e semelhança. Essa foi a proclamação de independência
da colônia terrena do Reino de Deus (Gn 3).
Se
estivéssemos falando de uma situação entre um reino e uma colônia terrenos, de
certa forma, esta independência seria algo bom, pois significaria o rompimento
com a opressão e exploração do reino sobre a colônia. Mas no caso do Reino de
Deus e sua colônia terrena, essa independência foi a pior coisa que poderia
acontecer. Assim que o homem transgride a constituição do Reino, que é a
Palavra de Deus; imediatamente é separado da fonte de todos os benefícios que
fluíam sobre ele e tocavam a terra. O homem perdeu sua posição de domínio, pois
em sua desobediência, rompeu o elo que o ligava à fonte de sua autoridade e
poder. Num instante ele perdeu o domínio, o poder, a autoridade, a paz, a
comunhão com o Rei, a alegria, a cidadania do Reino, o acesso à abundância do
Reino, e perdeu a vida, pois ficou separado de Deus (Gn 3:22-24).
Simultaneamente,
aquele que orquestrou todo esse processo de queda da humanidade, sabia muito
bem que a posição perdida pelo homem, exigia que alguém a ocupasse. Sendo
assim, logo que o homem perde seu domínio, satanás usurpa essa posição e passa
ele mesmo a colonizar a terra com violência, morte, roubo, destruição e todos
os valores das trevas; usando o próprio homem pra isso (Jo 10:10 a).
O
que satanás não entendia e nunca entendeu é o amor de Deus. Ainda que o Pai
tenha sofrido um grande golpe com a rebelião do homem, Ele sabia ter investido
muito alto nessa espécie. A força da língua hebraica indica que quando o texto
diz “imagem e semelhança”, essa imagem se refere a “nome”. Isto significa que
Deus pôs sobre o homem o seu próprio Nome. E a Bíblia mostra que Deus faz
muitas coisas por amor do seu nome (Is 48:11). Assim, Ele escolheu trabalhar
pelo resgate desse homem perdido e destituído de suas funções reais (Gn 3:15,
21; Lc 19:10; Jo 5:17).
É
por isso que quando Jesus Cristo começou a pregar, Ele usava a mesma mensagem
de seu precursor, o João Batista. Sua mensagem era uma só: arrependei-vos, pois
o Reino de Deus está próximo (Jo 4:17). E o que Ele queria dizer com isso? Há
muitas maneiras de responder isso, mas o texto profético de Isaías pode nos
ajudar com uma delas. Porque um menino
nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o
seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da
Paz. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e
no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde
agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso (Is 9:6 e 7).
Este é o anúncio profético do nascimento do Messias e o reconhecimento de sua
autoridade real. O texto não fala nada sobre trazer uma religião, mas fala que
Ele está trazendo “o” “governo” sobre seus ombros. Ao notarmos o pronome
definido “o” para governo, entendemos que o Messias está trazendo de volta um
governo que já fora conhecido antes. E ainda que alguns possam dizer que é o
governo de Davi, é bom lembrar que Jesus é chamado de “último Adão” e não
último Davi (ICo 15:22, 45). A mensagem de Jesus significava o retorno de uma
proposta antiga. O arrependimento que Ele propunha significava uma mudança de
mentalidade, algo como: que tal deixar esse pensamento conformado com a
escravidão do pecado e vida miserável de um plebeu e passar a ser livre para
voltar para Deus. Voltar a ser um cidadão do Reino e parte da própria família
real. E isso tudo não tem nada a ver com religião, mas sim, voltar a se
relacionar com o Rei do Reino. Voltar a ter domínio e continuar influenciando a
terra com a cultura e os valores do Céu (Rm 12:2).
Quando
dizemos que reconhecemos o que Jesus fez na cruz por nós, nos arrependendo e
confessando o nosso pecado, Ele não apenas nos perdoa, mas também nos recebe
como cidadãos reconciliados no Reino de Deus (Mt 25:34). Ainda que não seja um
mérito nosso, mas de Cristo; ganhamos o direito de sermos filhos de Deus (Jo
1:12 e 13), e como tais somos cidadãos do Reino dos Céus e membros da Família
Real (Ef 2:15-20). É por isso que insisto em dizer que Evangelho não é
religião, mas sim a excelente notícia de que por meio de Jesus Cristo, podemos
retornar a nossa posição original dentro do Reino de seu Pai e nosso. É a notícia
de que o governo que Ele veio trazer não se limitou a Ele somente, mas
compartilha com todos aqueles que crerem, e dos quais não se envergonha de
chamá-los de irmãos (Hb 2:11).
Há pouco mais de 2000 anos; Jesus Cristo encarnou (Jo 1:14); pregou esta mensagem
(Lc 4:43); testemunhou sobrenaturalmente sobre ela (Mt 9:35); morreu por ela
(At 2:22 e 23) , ressurgiu do mortos (At 2:24); retornou para o Céu (At 1:9-11)
e fundou uma embaixada na Terra para dar sequência nessa obra (Mt 16:18 e 19; At
2; IICo 5:20). Ao que tudo indica, o tempo de funcionamento dessa embaixada
está terminando, pois a graça e misericórdia liberadas para agregar mais
cidadãos para o Reino estão se esgotando. É bem verdade que algumas das
embaixadas têm trabalhado como casas de religião, mas os verdadeiros
embaixadores estão sendo convocados a redescobrir a mensagem do Reino, pois é
dela que depende o término do trabalho (Mt 10:7; 24:14). Caso não seja ainda um
cidadão do Reino e um embaixador da nação do Altíssimo, deixe o Espírito Santo
trabalhar na mudança de sua mentalidade, e reconheça o Senhorio de Jesus Cristo
em sua vida. Agora, se já é salvo, mas sua mensagem ainda está muito presa a
conceitos religiosos, releia sua Bíblia e descubra que tudo o que ela faz é
contar a história do Rei, seu Reino e a formação de sua Família Real. O
trabalho dessa família é viver este domínio que emana do Rei, liberando sua
cultura de justiça e paz. Seu trabalho é substituir trevas por luz, ódio por
amor; pecado por santidade; morte por vida. Nenhuma religião pode fazer isso,
mas o Reino de Deus pode. Este Reino chegou e está dentro da Família Real, pois
ela é a própria habitação do Rei (Jo 14:23).
Mt 6:25-34
Jesus foi claro em afirmar que não precisamos nos comportar como aqueles que não conhecem a Deus, vivendo ansiosos e preocupados com questões de sustento. Sendo assim, seguiremos confiadamente buscando o Reino e sua justiça. Sabemos que há um fluxo econômico que está acima da crise econômica terrena. É a economia do Reino de Deus, do qual somos cidadãos e embaixadores. Desejamos que todos nós, assim como aqueles que nos tem ajudado, sejamos colocados debaixo dessa palavra de provisão e sustento.
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