A mensagem de Jesus
É interessante observar que mesmo
nos dizendo seguidores de Cristo, não existe tanta convicção em nossa
compreensão de qual seja a mensagem essencial Dele quando esteve cumprindo Seu
ministério terreno. Citamos parábolas, passagens milagrosas, palavras
proféticas, etc.; mas não percebemos que todos estes assuntos procedem da
mensagem central à qual o Mestre estava sujeito.
Usamos este termo porque foi isso
que deu a entender quando se submeteu a ser batizado por João. Sabemos que
neste momento Ele estava sendo apresentado como aquele por quem o próprio João
esperava (Jo 1:33). Sabemos também que Jesus estava se identificando com
aqueles a quem Ele iria salvar. Mas ao continuarmos olhando para os fatos, vamos
perceber que Jesus aguardou o tempo do Pai para se manifestar, pois um rabi
judaico só era reconhecido com uma idade mínima de 30 anos. Nessa ocasião Ele poderia se inserir na escola
dos fariseus, dos saduceus, dos herodianos; mas Ele procurava uma escola com um
entendimento muito maior que qualquer seita ou religião pode ensinar. Jesus
ouviu o que João pregava e escolheu se submeter ao ensino que Ele mesmo daria
sequência na ausência de João: arrependei-vos, pois está próximo o Reino dos
céus (Mt 3:2; 3:13-17; 4:12-17).
Mas que Reino dos céus é este
apresentado por estes gigantes do Senhor?
Pra falar disso, precisamos
voltar um pouco (pra não dizer muito) no tempo, e irmos ao início da história
bíblica. Vemos Deus, o Rei do céu; desenvolvendo seu plano de “colonização”.
Quando um reino poderoso quer expandir sua influência e cultura, procura
territórios para colonizar. Como não havia nenhum lugar no céu que não
estivesse sob esta cultura e influência, o Altíssimo criou a Terra com este
propósito. Quando a Terra estava pronta pra receber o colonizador, o Reino
poderoso não mandou seu Rei, mas criou um representante legal que carregava sua
imagem e semelhança. O homem foi criado com todo o amor do coração do Pai pra
reinar, governar e dominar a Terra sob a autoridade delegada desde o Trono.
Imagine como deveria ser prazeroso e divertido estar neste ambiente de
liberdade, alegria, paz, segurança, provisão abundante, amor, responsabilidade,
sem nada de ruim pra contaminá-lo. Nesse tempo, tudo o que o homem via de
honroso, sublime, agradável, sábio, amável no Reino dos céus, ele tinha a
missão de estabelecer aqui na Terra. Por Deus ser acessível ao homem naquela
época, o céu e a Terra estavam unidos para que o ambiente terrestre fosse
tomado por tudo de bom que emanava do amor do Pai pelo homem, o qual cumpriria
seu propósito com excelência (Gn 1:26-31).
Infelizmente, em algum momento
dessa história, a submissão do homem a Deus foi substituída por rebelião e
desobediência, por frieza e indiferença; pois o homem pensou ser capaz de
manter-se na Terra sem esta conexão íntima com o Senhor que lhe tratava com
tanto amor. Pra Deus foi o momento mais terrível até então, pois Seu amor é
muito mais profundo e intenso que conseguimos imaginar, e a dor que Ele sentiu
feriu profundamente o Seu coração (Gn 3:1-24). Ele poderia ter ignorado o homem
e criado uma nova espécie de quem Ele cobrasse obediência, mas preferiu se
empenhar para devolver sua criação ao projeto original. E isso levaria muito
tempo, na verdade, é este trabalho de restauração deste relacionamento que a
Bíblia conta (Lc 24:27, 44-47).
Mesmo que não se acredite na
Bíblia, todos hão de convir que em todos os povos existe uma busca por suprir
uma necessidade interior, a qual não é alcançada por coisas materiais ou
naturais. Esta é a ausência daquilo que perdemos com a rebelião contra Deus e
Seu afastamento. Como o Reino de Deus não pode ser alcançado por esforço
humano, criou-se um substituto de muito menor qualidade: a religião. Todas as
seitas e religiões fazem um grande esforço para promover as experiências
vividas no princípio, quando o homem experimentava céu e Terra unidos na
presença do Criador, mas isso é impossível. Na verdade, toda religião ou seita
não passa de uma busca.
É por isso que a primeira parte
da mensagem de Jesus é arrependimento. Este arrependimento tem a ver com a
mudança de pensamento. De certa forma, nas mais variadas culturas, pensa-se em
encontrar a religião certa. Mas na verdade este pensamento deve ser abandonado,
pois o que realmente é necessário está chegando com este Mensageiro do céu. Essa mudança não é uma coisa simples, pois
esta maneira de entender as coisas ficou enraizada em nossa cultura por quase
toda a história humana (I Pe 1:18). Assim, pra ajudar na compreensão da realidade
que estava sendo apresentada, as ministrações eram acompanhadas por sinais,
prodígios e maravilhas. Estes não tinham a finalidade de gerar fé, pois esta
vem por meio da Palavra. A intenção era mesmo deixar claro que o Reino estava
de volta e se cressem na mensagem, não era necessário permanecer doente,
endemoninhado, faminto, depressivo, rejeitado, mal amado, injustiçado,
derrotado, etc. Quando o céu está na Terra, todas as coisas são possíveis.
No Reino as pessoas tem acesso a
Deus, são livres, amam a Deus e são amadas por Ele, ouvem os segredos do Senhor
e interagem com Ele. Tudo isso quebra o domínio dos religiosos sobre outras
pessoas. Além disso, sabemos que religião dá dinheiro, status, fama, poder e
até sexo; coisas que seus líderes e participantes não vão querer perder. Uma
dedução que se pode fazer mediante esta constatação é que os religiosos sempre
irão perseguir os que pregam o Reino.
Foi isso que aconteceu com Jesus.
As verdades que ele ministrava não podiam ser controladas pelos religiosos,
tendo como única alternativa a morte do pregador . O que não entendiam é que
havia um plano maior por trás disso. Era exatamente a morte de Jesus que
permitiria o acesso dos pecadores como nós a este Reino tão maravilhoso (Jo
11:45-53). Segundo o ensino do Senhor por meio de Sua Palavra, quando
percebemos a necessidade desta mudança de paradigmas, nos envergonhamos e
queremos nos limpar destas ofensas que cometemos ao nosso Criador por querer
substituir a Ele e Seu Reino por deuses e religiões. É aí que entra o
sacrifício feito pelo “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. A sentença pra todos que concordaram com esta
rebelião seria exatamente o que Jesus experimentou no final de seu ministério
terreno (Ez 18:4b; Rm 6:23a). Jesus não apenas pregou o retorno do Reino, mas
também providenciou o caminho pra experimentarmos a manifestação deste Reino em
nossa vida já, e também por toda a eternidade. Depois de ter ensinado que a
vida que os seres humanos estavam levando exigia uma mudança, e que esta era a
troca dos deuses e conceitos religiosos pelo Deus Vivo e Seu Reino; além de também
demonstrar na prática as vantagens deste estilo de vida com sinais e maravilhas;
agora Jesus mostra o amor de Deus, que na Pessoa do Filho recebe o castigo dos
rebeldes e possibilita a qualquer um que crer neste sacrifício o retorno a uma
vida com o padrão do Reino de Deus.
Fica claro então que Jesus nunca
pregou ou quis trazer uma nova religião, Ele trouxe um Reino (Is 9:6); o qual
na verdade era o plano original que se havia perdido com o pecado. Fica claro
também que Jesus não é um mártir fraco de uma religião ou seita qualquer. Muito
longe disso. Ele é o caminho, a verdade e a vida que conduz os interessados ao
maravilhoso Reino de Deus e a comunhão com o Pai (Jo 14:6).
Tudo isso permanece a disposição
de qualquer um que está cansado desta busca religiosa interminável (Mt 11:28).
A Palavra diz que este é o tempo para aproveitar esta grande oportunidade
preparada pelo próprio Deus (II Co 6:2). Estas palavras não foram escritas com
a intenção de mexer irresponsavelmente com as emoções de quem quer que seja.
Este texto está baseado na Palavra do Deus Todo Poderoso que nunca mentiu e
jamais mentirá. Portanto, se você tem um grito no seu interior clamando por
algo que realmente promova seu encontro com a vida real que Seu Criador sonhou
pra ti; ouça a mensagem de Jesus mais uma vez, pois ela é tão atual agora como
a dois mil anos atrás. Arrependa-se e receba o Reino dos céus no teu coração.
Experimente o que é ter os céus e a terra unidos em sua vida. Enfrente o mal,
as enfermidades, a escassez de amor, a solidão, a violência, o medo, a
ansiedade, e toda a dureza desta vida do mesmo lugar que Jesus enfrentava: de
dentro do Reino ( Jo 5:19; 17:24).
Jesus não promoveu pescas
maravilhosas, ou multiplicou pães e peixes, ou andou sobre as águas, ou curou
enfermos, ou expulsou demônios, etc. porque era Deus, mas porque era um homem
no modelo original que estava dentro do Reino e trazendo o Reino, e ensinando o
Reino, e promovendo o Reino. Talvez você possa dizer: mas Jesus era Jesus, o
próprio Deus encarnado! Sim, Ele era! Só que quando estava em seu ministério
terreno, deixou Sua glória no céu com o Pai (Fp 2:5-8), justamente para poder
demonstrar qual era o plano antes do pecado: homens que realmente carregassem a
imagem e a semelhança de Deus e que tinham domínio pra governar na Terra.
Quando voltou para a glória eterna, voltou a ser tudo o que já havia sido (Jo
17:5). Mas houve uma coisa muito importante que Ele disse antes de partir:
“como o Pai me enviou, Eu vos envio”. Isto significa que como Ele foi enviado
para viver nesta dimensão onde céus e Terra estão unidos, agora somos enviados
Dele pra viver a mesma coisa (Jo 14:12). É por isso que nossa intenção vai além
de convidá-lo a participar de reuniões e cantar canções em encontros de
qualquer grupo religioso. Nosso maior desejo é vê-lo totalmente realizado de
dentro pra fora, fazendo com que a experiência que começa no seu espírito,
toque em sua alma e corpo, transbordando para todas as áreas de sua vida e
influenciando a todos quantos você tenha contato.
O Reino de Deus e a religião
jamais podem coexistir, pois esta foi criada com a intenção de substituir
aquele. Sendo assim, como já foi citado, se a sua escolha for o Reino, esteja
pronto para amar os religiosos; pois certamente tentarão demovê-lo de sua
posição, muitas vezes até com violência. Mas fique firme, pois o mais
importante é perseverar até o fim para que alguns deles possam também alcançar
esta grande vitória.
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